Opinião Política | Roberto Martins [PS] – Equipas em Confronto

ROBERTO MARTINS

Opinião Política | Roberto Martins [PS] — Equipas em Confronto

 

Aproxima-se o período oficial de campanha, até ao dia 8 de março, e podemos desde já fazer uma breve análise das principais forças políticas.

Comecemos pelo óbvio erro de casting que foi a constituição da AD. Embora se tenha apresentado como “apenas” um dos líderes, Luís Montenegro assumiu o papel de líder único, relegando para o esquecimento, os seus companheiros da AD. Cada vez mais se percebe que a constituição da AD não passou de um golpe publicitário, completamente falhado, sobretudo com a inclusão do PPM, cujo líder se encontra em parte incerta, certamente silenciado pelos seus camaradas de coligação.

A AD é o PSD. O resto é publicidade enganosa.

Do PAN não reza nenhuma história. Tem passado despercebido e poucas pessoas se lembrarão das suas propostas.

A CDU, com um líder em estreia em eleições, tem revelado dificuldade em recuperar algum do eleitorado que perdeu nos últimos tempos. Mostra-se enfraquecida, embora procure reativar a sua força sindical, trazendo contestação para a rua, procurando influenciar a opinião pública.

O BE, tradicional partido de contestação, à esquerda, também nos traz uma nova líder para estas eleições, que se tem mostrado combativa e preparada, mas o BE já não parece ter a força de outros tempos, com muitos jovens, que costumavam votar BE, a mostrarem-se, para já, desinteressados.

O Livre, um partido quase unipessoal, tem apresentado dificuldade em descolar desta ideia de ser o partido do Rui Tavares. Quem concorda e se revê nele, poderá votar Livre, mas poucos mais votos reunirá. Dificilmente os portugueses conhecerão os nomes de outros membros deste partido.

O Chega tem-se mostrado igual a si mesmo, sem pudor em recorrer a falsidades e populismos, mas tem crescido nas sondagens. Alias, o que já cresceu poderá tornar inviável qualquer solução de governação à direita, pois por várias vezes o Chega se mostrou indisponível para governar com CDS e PPM, caso a AD vencesse as eleições.

A IL continua enraizada em ideias de neoliberalismo económico, que poderiam fazer recuar anos de conquistas sociais e laborais, no campo dos direitos dos trabalhadores. Reduz o papel do Estado a um mero observador, sem capacidade de regulação ou intervenção, e certamente privatizaria todos os setores essenciais, que conseguisse. Felizmente os portugueses percebem as falácias e não parecem convencidos por elas.

Por fim, muitos vaticinaram a morte do PS, e o falhanço certo do seu novo Secretário-Geral. A verdade é que não há sondagem que não dê a vitória ao PS, seja com mais ou menos votos, mas sempre a vitória.

Pedro Nuno Santos tem-se mostrado fiel a si mesmo, certo dos seus ideais políticos, e demonstrando abertura para a construção de pontes e entendimentos, à sua esquerda.

Apresenta-se como uma figura de proa da esquerda portuguesa, capaz de reconstruir, se necessário for, uma maioria parlamentar, que suporte um governo PS.

Já à direita, cada vez mais se percebe as clivagens, os desentendimentos, a incapacidade de encontrarem terreno comum. AD, IL e CHEGA mostram-se inconciliáveis, incapazes de oferecer uma maioria que suporte um governo de direita.

Até neste sentido, os portugueses sabem que a única hipótese de governação estável é à esquerda, com um governo PS.

 

Roberto Martins

06/FEV/2024

As opiniões expressas neste artigo são da responsabilidade exclusiva do autor

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